O texto nos chamou atenção porque ele relata de forma objetiva os sintomas do TDAH em adultos, uma vez que este tema é geralmente discutido para crianças. A autora reforça que todos os indivíduos possuem alguns sintomas que se encaixam com os de Déficit de Atenção e hiperatividade e que é necessário saber diagnosticar corretamente o distúrbio.
TDAH em Adultos
por Bianca Bortolini
Atualmente, muito se fala em Transtorno de Déficit de Atenção – Hiperatividade. Na maioria das vezes este tema ainda está direcionado para a população infantil.
Sabe-se que os sintomas de hiperatividade e impulsividade diminuem ao final da adolescência significativamente, porém na vida adulta os sintomas continuam na forma de desatenção, impulsividade e inquietude, nos mais diversos graus.
Adultos diagnosticados como TDAH são na empresa em que atuam, os chamados workaholics, atuam de maneira impulsiva nos diversos segmentos de sua vida, tomam atitudes por vezes inconseqüentes, não conseguem manter relacionamentos afetivos por médio e longo prazo.
Isso não significa que nenhum adulto com TDAH seja incapaz de manter o foco de atenção em determinada atividade, porém necessita de situações específicas para tal. Estímulos externos, como por exemplo, assuntos mais interessantes que o seu objeto no momento, televisão, telefone, computador próximo, tornam-se extremamente desejáveis como maneira de escapar do foco do momento em busca de outra atividade mais prazerosa.
Todos os indivíduos possuem certo grau de distraibilidade, desatenção, inquietude, porém para que se diagnostique o TDAH é necessário que esses sintomas se apresentem num grau significativamente maior o observado na população em geral.
O prejuízo que o TDAH proporciona ao paciente, quanto as perdas afetivas, profissionais, escolares (aprendizagem), no geral, também é um aspecto importante a ser investigado pelo psicólogo.
Atualmente, a escala ASRS (Adult Self-Report Scale), apresenta sinteticamente os 18 itens listados no DSM-IV para o diagnóstico de TDAH em crianças, porém adaptados para adultos.
A escala ASRS serve apenas para investigar os sintomas de TDAH, porém o Conselho Federal de Psicologia ainda não a valida, sendo utilizada somente pela área médica.
É necessário ainda antes de fechar um diagnóstico uma avaliação completa, a fim de descartar outras possibilidades, como um TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), TAB (Transtorno Afetivo Bipolar), Distimia ou Dislexia, por exemplo.
Um fator interessante, é que em cerca de 70% dos casos de TDAH tanto em crianças quanto em adultos, pode haver comorbidades psiquiátricas.
O psicólogo cognitivo-comportamental tem atuação fundamental no tratamento deste paciente, a fim de reestruturar o paciente sob o ponto de vista cognitivo e auxiliando este a lidar com a patologia em seu dia-a-dia, bem como administrar técnicas de enfrentamento e Treino de Habilidades Sociais, a fim de proporcionar ao paciente uma rotina menos prejudicial e mais adaptativa para si e para o meio que o norteia.
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